sábado, 28 de janeiro de 2012

DESCOBERTA

Sacudi os galhos do chorão...
Caíram poemas seus,
Embaixo eu meditava
Sobre sentimentos  meus
E descobri solenemente,
Que teus poemas não são meus,
Porem fiquei  feliz
Descobri que,
Muito menos os meus  poemas são teus.

Marilda Amaral

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012



Sou tormento que ativa,
Uma paixão que determina,
Sou o fogo que não queima
E incandesce toda tua alma.
Ai de ti que sem querer desconhece,
O amor de uma guerrilheira de causa
Perdida e de mal sem remédio,
Pois padecerás o tormento da perda do desconhecido
E  da penúria de tua queda.
Oh... Menestrel do ignorado
Poeta dos desgraçados
Receba teu premio
Uma amarga saudade,
 Principio
De quem fica
Razão de quem parte.
[Marilda Amaral]

sábado, 21 de janeiro de 2012

PROFECIA




Sou profética quando te acuso de perdulário,
Pois teu amor deposita em vala profunda
De difícil saída.
Pobre homem que na tentativa poética
Tropeça no devaneio frenético...
E eu concisa retruco poemas de forma vazia,
Pois na vã busca da profecia insana.
Entra na teia bem feita da sabedoria e cresça
Sentindo o tamanho do amor que por ti tenho.
[Marilda Amaral]

AINDA POR AQUI!




Conservo a alegria de viver...
Conservo o bom humor, regado a bom senso...
Conservo a paciência com habilidade...
Conservo o espírito empreendedor com generosidade...
Conservo as boas coisas da vida
E não me importo se os anos  passaram tão depressa.
Isso é um diferencial.
Ainda estou muito viva!
[Marilda Amaral]

ELA TEM 83 ANOS



Tem uma bagagem imensa de sabedoria,
Dentro da embalagem da saudade,
Arrematada pela linda fita de seda
Chamada nostalgia...
Ela adora poesias
É lúcida, orientada e coerente.
E  isso não a furta de ouvir meus loucos poemas.
De todos eles...  Metamorfose


A tocou em profundidade,
Acredito porque ela ainda é uma linda mulher.
Moema minha amiga e doce poema
Descobri que seus olhos têm o verde da esperança,
Suas mãos trêmulas a indecisão do que está por vir,
Sua voz  frágil tem doçura quando me chama de filha.
E eu sou aprendiz quando a chamo de mulher.
[Marilda Amaral]



domingo, 8 de janeiro de 2012

A última poesia

Última poesia.

Última  para recesso,
Para que o âmago sinta
A falta de escrever
No escuro.
De sentir
Às claras,
De fugir
Do mundo.
Última para recesso
Para o amante
Ter medo
Sentir o enredo
De deixar uma paixão tão louca passar.
Última para recesso
Para que a caneta seque
O papel amarele
E a lágrima caia.
Última para recesso
Para que eu
Adormeça
E sinta sem medo
Saudade
Passada
E finde o enredo.
[Marilda Amaral]

sábado, 7 de janeiro de 2012



Hoje o dia amanheceu mais antigo
Com peso de anos transcorridos
De experiências vividas...
E nada parece feio,
Tudo é tão novo,
Tudo é tão mais luminoso
Acho que meu olhar ficou mais benevolente,
Pois vi no espelho uma beleza madura refletida,
Não enxerguei as rugas,
Pois  o sorriso estava tão largo
Que camuflou  as linhas enfadonhas ...
Minha mãe dizia
Que a lua era cheia no dia  que nasci,
O sol era minguante,
Pois nuvens rosadas tinham amenizado
A fonte magnética do astro rei ...
Dizem que não chorei,
Que gritei forte
Uma espécie de grito de guerra,
Talvez soubesse o que o mundo me destinara,,,
Mas nada me deteve,
O abandono foi bondoso,
Pois me deu por mãe a fada que me esculpiu a alma...
O medo deu lugar à vontade de vencer
Todas as minhas fragilidades.
E este dia passou a ser
Aquele em que o mundo era quadjuvantes
E eu o epicentro dos acontecimentos.
E em cada ano vesti o personagem que mais aprovei..
Fui fada,
Madrinha,
Tia e dindinha
E  hoje no alto da torre da maturidade sou a balança
Do meu próprio equilíbrio.
Hoje estou feliz, pois faço 59 anos de evolução.
[Marilda Amaral]
poema feito em 12/11/20011

Sou Ilha...

Sou ilha que isolada
Em mar bravio
Busca compensação
Pelo desgaste das vagas,
Que indolentes assolam
Os paredões da velha ínsula.
Sou íngreme centro da abundância
Indolente de mar cruel.
Não temo as arestas
Que ele tenta esculpir
Em meu sinuoso perímetro,
Pois sem sucesso ele escoa
Sem fazer cantos
Onde a tristeza se esconde
E a maldade faz açoite.
E eu me levanto na vastidão
Do mar chamado solidão
E sobrevivo no potencial
Que desenvolvi pela beleza de saber viver.
[Marilda Amaral]